Categoria decide pela manutenção do estado de greve, intensificar a mobilização e paralisação no dia 10 de novembro

Na tarde desta sexta-feira, 27 de outubro, dia de paralisação nacional da categoria nas Universidades e Institutos Federais, a Assufrgs Sindicato realizou Assembleia Geral para discutir o indicativo de greve da Fasubra para o dia 10 de novembro.

Com o auditório da Faculdade da Economia lotado, a categoria decidiu pela manutenção do estado de greve, com intensificação das mobilizações e realização de reuniões nas unidades da UFRGS, UFCSPA e IFRS, através de uma comissão de mobilização. O objetivo é informar a categoria sobre a série de projetos que precarizarão o serviço público no Brasil, possibilitando inclusive o fim do PCCTAE. A agenda da comissão de mobilização já está aberta, com algumas datas, inclusive já agendadas, saiba mais clicando aqui.

A assembleia contou com a presença da vereadora Fernanda Melchiona e do Deputado Estadual Pedro Ruas. “Quero saldar os técnicos, essa categoria que tenho muito carinho, desde o meu tempo de movimento estudantil. Parabéns para vocês que sempre estiveram na linha de frente, na resistência”, saldou Melchiona. Pedro Ruas destacou também o movimento de vanguarda dos TAEs. “A mobilização de vocês é um exemplo para todos, com uma história e trajetória que serve como exemplo para diversos servidores e trabalhadores. A luta de vocês é a nossa luta”

A deflagração da greve da Fasubra, no dia 10 de novembro, gerou um grande debate na Assembleia. As falas inciaram com o relato de Nidiana Pohl, coordenadora do Conselho de Representantes do Sindicato. Reunido no último dia 25 para discutir a greve, o conselho apontou para a Assembleia que o momento é de uma forte agenda de mobilização, para a conscientização da categoria sobre os ataques, com chamada de paralisação no dia 10 de novembro. Além da realização de uma assembleia na semana da data, que decidirá então pela deflagração da greve na base da Assufrgs.

Jerônimo Menezes, coordenador de educação política e sindical da Assufrgs, ressaltou os ataques que estão sendo encaminhados pelo Governo Federal e a importância de intensificar a mobilização. “Existe a eminência de um grande ataque de destruição dos serviços públicos, como já vemos nas esferas estadual e municipal. Portanto é importante intensificar a mobilização nos próximos dias, para então no dia 10, com toda a categoria consciente, unificada e mobilizada, a gente possa tomar a melhor decisão para o enfrentamento que será necessário. Vamos partir para nossas unidades, vamos para o calendário de mobilização e construir uma grande assembleia no dia 10.”

Rafael Berbigier também concordou com a proposta apresentada pelo Conselho de Representantes. “É o momento de intensificar a mobilização. Estamos de parabéns de estar aqui com uma assembleia cheia, mas precisamos esclarecer mais ainda os colegas que não estão aqui. Explicar quais são os ataques que estão acontecendo, para aí sim, em uma próxima assembleia, definir a deflagração da greve ou não. Mas independente disso precisamos aprovar a greve do dia 10, um dia de paralisação das atividades”, apontou.

Tônia Duarte, afirmou que o momento pede uma unidade das categorias contra a retirada de direitos, porém uma greve especifica da categoria não seria a melhor opção. “Todo mundo que está aqui vai ter que trazer mais companheiros dispostos para ir pra rua e lutar em nível nacional e junto de todas as centrais. Isso implica enfrentamento às questões de login, de frequência, questões que não podem estar no nosso horizonte, senão elas vão nos colocar pra traz. Deveríamos, porém, construir um movimento forte na educação, se o ataque vier, vamos lutar, mas queria muito que o conjunto dos servidores públicos federais se mexesse. E essa tarefa também é nossa. Falar com os demais servidores e tentar levantá-los das cadeiras”, ponderou.

Mozart Simões lembra que o que está em jogo é o futuro de quem está no serviço público e que o momento de reagir é agora. “Já entramos em greve por muito menos. Vamos esperar os ataques se concretizarem para nos mobilizarmos? O momento é agora companheiros! Vai ser uma greve diferente, sim, mas qual a greve que a gente não está no pendura? Qual a greve que não tinha ataque de qualquer lado? Por isso nós não podemos esperar nenhum minuto. Greve dia 10, sim! É dia nacional de paralisação!”

Ricardo Souza pediu por uma mobilização com caráter pedagógico para informar os colegas sobre os ataques. “Muitos colegas ainda não tem noção do que está em jogo, que podem perder 3% do seu salário, que esse projeto do Lasier não é pra combater a ineficiência do serviço público. Se esse fosse o objetivo não teriam aprovado congelamento de repasses para a educação e saúde. A categoria não está tendo noção disso e vai ter que ser uma greve de todos. Por isso temos que fazer essa mobilização nos próximos dias, uma mobilização que tenha como objetivo informar os colegas. Não podemos chegar na situação de salário parcelado para fazer a luta”, finalizou.

Antonieta Xavier lembrou que os ataques também vão atingir os aposentados. “Nós vamos ter que batalhar muito. O que eu consegui como aposentada hoje, muitos não terão. Não podemos perder nada da nossa carreira. Quem já se aposentou também irá sofrer, eles querem acabar com a paridade entre ativos e aposentados. Temos que conversar com toda a comunidade, sozinhos não vamos conseguir. Chegou o momento de todo mundo ir para suas unidades e reunir, se não lutarmos agora não sei o que será de nós. O momento é agora e a luta é constante. Boa luta para nós!”

Frederico Bartz, coordenador de formação da Assufrgs, afirmou estar feliz de ver a assembleia cheia para discutir sobre a chamada de uma greve. e também frisou sobre a importância de construir uma greve forte. “Não é de hoje que a Fasubra é pioneira em chamar greve. Essa data do dia 10 é também um impulso enorme para que outras categorias também entrem em greve. Nós estamos corretos em termos acordado e colocado o bloco na rua. É necessário articular uma greve forte, para que a gente seja o catalisador de uma mobilização que vai sair da universidade e vai tomar todo o funcionalismo publico federal.”

Rogério Barbosa chamou a atenção para a gravidade da conjuntura. “Quem decidiu pela greve na Plenária da Fasubra foi a base representada pelos seus delegados. Fico muito feliz de ver gente nova nessa assembleia. Nós precisamos de mais algum motivo para lutar? A PL do nosso amigo Lasier Martins…olha aonde nós chegamos, estamos todos apavorados. Esse governo vai passar tudo, reforma da previdência, os Institutos Federais vão fechar, vai ter casa privatizada. A educação dá dinheiro, gente. Agora temos que ter inteligência, construir uma luta organizada dentro da base. A unica garantia que temos hoje é nossa união para enfrentar o Temer”

Arthur Bloise ressaltou que existem motivos para entrar em greve, mas que é preciso ter o envolvimento de outras categorias. “O ódio que temos desse governo é muito importante, mas não é tudo. Precisamos ter como aliados os outros funcionários públicos. Todo o meu apoio a uma greve com todo o funcionalismo público. Mas se no dia 10 ninguém aderir ao movimento, é estado de greve, com mobilizações e paralisações.”

Rui Muniz, coordenador jurídico da Assufrgs, salientou que 10 de novembro é um dia que está sendo chamado nacionalmente. “Temos que fazer desse dia 10 uma grande momento de ação e reflexão. É um dia chave para os trabalhadores do país, às vésperas do início da reforma trabalhista. A verdade é que hora vamos ter dificuldade de articulação com uma categoria, hora com outra. Não dá para ficar esperando que todo mundo saia correndo junto ao mesmo tempo. A maioria das greves não foram feitas com todos. Mas sim com aqueles que tiveram entendimento que aquele era o momento certo de agir. Na segunda quinzena de novembro será introduzido no congresso nacional a reforma da previdência e até o final do mês o fim da nossa carreira e todas as nossas conquistas. Nós não temos alternativa a não ser ir pra rua, é fazer a luta e se for necessário vamos à greve sim, esse é nosso compromisso.”

Mariane Quadros, coordenadora da Assufrsg Sindicato concluiu dizendo que “pelas falas uma coisa é certa, não há duvidas que os ataques vem aí, que eles são graves e justificam uma greve, O que temos dúvida é sobre qual o momento da mobilização. Por isso quero chamar a todos os colegas a aderir à mobilização, falar com os colegas que ainda não entenderam a gravidade da situação para participarem da luta, para que na próxima assembleia se faça um debate ainda mais maduro. Independente de como vamos fazer essa luta há consenso de que nós temos que lutar. Por isso é importante se concentrar no encaminhamento do Conselho de Representantes: ficar em estado de greve e fazer forte mobilização nas unidades até o dia 10”, concluiu.

Andreia Duprat, coordenadora do Conselho de Representantes, reforçou a ideia de que os próximos dias precisam ser de conscientização dos colegas “Tem colega que ainda não acredita na gravidade dos projetos que estão aí. O pessoal parece que não está vendo que essa gente está mudando a constituição à rodo. Não existe mais direito adquirido. Nossa capacidade de mobilização tem que ser fortalecida agora, porque o futuro não nos favorece de maneira alguma.”

André Mortari encerrou as falas com um tom otimista, ressaltando a importância do movimento de todos. “Eu acho que está claro a questão dos ataques contra os trabalhadores. Nós temos uma data para a greve, temos uma situação clara de ataque e nós temos duas semanas até o dia 10 para fazer algo. Se não fizermos nada, os ataques virão de qualquer maneira. O meu convite é para que se juntem á comissão de mobilização. Quem puder ajudar, uma conversa rapinha na hora do café… não podemos ficar passivos assistindo tudo acontecer sem fazer nada.”

 

Encaminhamentos da Assembleia Geral da Assufrgs, em 27 de outubro:

Manutenção do estado de greve. Aprovado por unanimidade, com quatro abstenções.

Criação de comissões de mobilização por campi, paralisação no dia 10 de novembro, nova assembleia de deflagração de greve na semana do dia 10 e agendamento de reunião nas unidades. Aprovado por unanimidade, com uma abstenção.