Entidades do Comitê Gaúcho de Solidariedade aos Povos Árabes lançam manifesto

O justo sentimento de indignação que percorre o mundo diante do horror semeado pelos agressores israelenses, com o apoio dos Estados Unidos, precisa transformar-se imediatamente em ação enérgica.

Do contrário será um sentimento vazio, uma simples consternação cujo sentido político será nulo ou mesmo se transformará em complacência com hediondos crimes.

O Oriente Médio vive tremenda instabilidade graças à agressividade crescente do imperialismo, que usa todos os meios para conseguir seus objetivos. A Federação Mundial das Juventudes Democráticas, a Coordenação dos Movimentos Sociais as comunidades ´[árabes palestinas e libanesas residentes no Brasil, expressam sua aversão e veemente condenação dos ataques de Israel contra Líbano e Palestina, causando centenas das mortes e feridos entre os povos Libanês e Palestino.

A maquinaria da guerra de Israel – alicerçada pelos E.E.U.U. e seus aliados – está cometendo massacres contra o povo Libanês e Palestino, matando inocentes, destruindo suas sociedades e economias ocupando ou devastando seus territórios. Estas ações militares recentes somente reafirmam uma única e justa posição: condenar as interferências estadunidenses nos assuntos internos do Líbano e suas tentativas de provocar instabilidade no país e na região para alvejar Síria, Palestina, Iraque e, indiretamente o Irã. Anseiam por mudar o mapa político e geográfico da região e levar adiante seu projeto imperialista de um "Novo Oriente Médio", sob as consignas de "luta contra o terrorismo", "desmantelar arsenais de armas de destruição em massa" e "democratizar regimes".

Por termos percorrido uma longa estrada de lutas encabeçadas pelo povo para ter democracias reais em muitos países, acreditamos que o único caminho para um processo de democratização deve ser o que venha do livre desejo dos povos nas suas lutas diárias, e não por qualquer intervenção imperialista desatada somente para explorar os povos e os recursos naturais da região, alem de implementar o domínio político e cultural daquilo que o imperialismo considera o “novo orinte médio”.

As notícias vindas do Líbano e da Palestina são extremamente alarmantes. As tropas Israelenses têm destruído maciçamente a infra-estrutura libanesa, atingindo o aeroporto, as pontes, as estações energéticas, os edifícios públicos e as propriedades privadas. Em território palestino, continua a ação de prisões arbitrárias, confisco de terras, assassinatos coletivos na faixa de Gaza, Israel viola uma vez mais a soberania e a integridade territorial do Líbano e da Palestina, bombardeando alvos civis e aterrorizando a população em cidades como Beirute, Ramalla e demais cidades palestinas e libanesas. A destruição é cruel para as vítimas, especialmente às crianças. A política sionista do estado de Israel,impõe um bloqueio aéreo, marítimo e terrestre com todos os danos que estes causam à população Libanesa e palestina.

Tais ataques, lançados sob o pretexto de resgatar dois soldados israelenses, e pretensamente visando apenas alvos militares, na verdade ocultam que os alvos de Israel foram muito além, onde as principais vítimas passaram a ser alvos civis principais vítimas, entre os quais, vários brasileiros, gente de paz e inocente,

Ademais, não é possível esquecer que Israel mantém mais de 10 MIL palestinos e outros prisioneiros árabes em suas prisões, claramente por motivações políticas e sem sustentação legal ou justificativa publica para essa ação.

Expressamos nossa profunda solidariedade com as organizações palestinas e libanesas irmãs, assim como com todas as forças progressistas e patrióticas nos dois paises, confiando que – como foi no passado – será possível resistir à agressão, defender e preservar a independência, a soberania e a unidade territorial. Consideramos que todos estes anos de agressão Israelense e ocupação contra o povo Palestino ensinam que o uso da força e da agressão, a construção de muros para a separação e os assentamentos ilegais não indicam o caminho da contrução da paz ou da solução dos conflitos. Expressamos nossa grande apreensão pelos contínuos crimes contra a Humanidade promovidos pelo terrorismo de estado e as forças de ocupação israelenses contra o povo palestino na Faixa de Gaza e na Cisjordânia ocupada, com a destruição das infra-estruturas civis e edifícios públicos, o aprisionamento de líderes e representantes Palestinos, incluindo membros do governo, o que reflete uma escalada perigosa, com uma agressividade surpreendente por parte de Israel.

Neste grave e perigoso cenário, é também importante valorizar a coragem e o importante papel jogado pelas organizações anti-sinistas dentro do estado de Israel que, aliadas de outras forças progressistas no mundo se esforçam para deter a ocupação a violência do Estado de Israel que golpeia a paz, e que sustenta estruturalmente a política imperialista.

Denunciamos os intentos estadunidenses de exportar esta barbárie para a América do Sul, deliberadamente estimulando mentiras e preconceitos que possam legitimar a instalação de uma base militar ianque no Paraguai, dominando o Aqüífero Guarani, e desatando ofensiva contra a comunidade Árabe que pacificamente vive em nosso subcontinente, plenamente integrada e merecedora da amizade das populações de nossos países. Somos todos latino-americanos!

Denunciamos o preconceito e a campanha de estigmatizarão, racista e cruel contra os povos árabes, contra quaisquer religiões, que representam, hoje mais de um bilhão de pessoas enfrentando difamações, ataques armados, hostilidades sistemáticas. A Humanidade é uma só, os povos não são inimigos dos povos, nem as religiões. O imperialismo sim é ameaça à Humanidade, mas não vencerá. Os povos é que vencerão.

É mais do que passada a hora de acabar com o mito de que “o povo brasileiro não tem a cultura da solidariedade” . É um mito utilizado para justificar a falta de iniciativa e de oposição às ações do imperialismo norte-americano no mundo.

Diante disso, as Entidades que formam o Comitê Gaúcho de Solidariedade aos Povos Árabes defendem:

* Imediato cessar fogo e retirada das tropas de Israel do Líbano e da Palestina;

* Retirada do Embaixador brasileiro de Israel;

* Não aos tratados de livre comércio do Brasil com Israel.

Assinam este Manifesto:

Sociedades Árabe-Palestinas do Rio Grande do Sul; Centro Cultural Árabe-Palestino Brasileiro/RS; Secretaria da Juventude Palestina do Centro Cultural Árabe-Palestino Brasileiro/RS; UNE; CONAM; UAMPA; FEGAM; UBES; CUT; UJS; UBM; UNEGRO; CSC; NAÇÃO HIP HOP BRASIL; JPT; CONLUTAS; CONLUTE; PT; PC doB;PSTU.