Brasileiros realizam boicote e manifestação em solidariedade ao povo palestino

O Comitê de Solidariedade à luta do povo Palestino do Rio de Janeiro, em conjunto com uma série de movimentos sociais, organiza um grande ato público para a quinta, 8 de janeiro, na Cinelândia, centro do Rio. A concentração começa às 15 horas.

A idéia do ato, que parte às 17h e será seguido por uma vigília, é mobilizar a população do Rio de Janeiro para uma demonstração internacionalista de solidariedade com o povo palestino, que vem sendo cruelmente atacado por Israel.

Os organizadores destacam a importância de que as entidades e movimentos solidários a causa ajudem na convocação para a manifestação, pois janeiro é um período de férias e de difícil mobilização. Mas as atrocidades cometidas por Israel exigem uma ação enérgica e urgente.

Proposta de boicote a Israel ganha peso

Militantes de diferentes nacionalidades vêm articulando um amplo boicote aos produtos israelenses, como uma ação firme de repúdio contra a política genocida do Estado de Israel. A idéia é não consumir os produtos israelenses vendidos nas lojas e supermercados. Para identificar a procedência da mercadoria, basta verificar o código de barras, se iniciar pelos algarismos 729, é proveniente do Estado sionista. Os organizadores do boicote ressaltam a importância de olhar o código de barras, pois, para "enganar" o boicote iniciado na Inglaterra, muitos exportadores israelenses ocultam o tradicional "made in Israel".

Os articuladores desse método de protesto esclarecem que o boicote não implica em antissemitismo, pois o alvo não são os judeus enquanto nacionalidade, mas um Estado que comete atrocidades e se baseia no militarismo colonialista. Lembram ainda que o boicote ao regime racista da África do Sul foi um dos fatores importantes que contribuíram para a queda do "apartheid".

No domínio universitário, o apelo ao boicote é respaldado por 120 professores de universidades européias e americanas (vários são de origem judaica) que defendem a suspensão do intercâmbio com suas homólogas israelenses, especialmente na área das pesquisas científicas. Contra tal posição elevaram-se, contudo, cerca de mil acadêmicos da Europa e dos EUA. Em manifesto, eles afirmaram que o boicote à cooperação cultural "viola o espírito essencial da liberdade e a busca da verdade".

Ao formalizar, com outras personalidades judias, seu apoio ao movimento pró-boicote (que se dotou de um "coletivo" de mobilização em Paris) o escritor Maurice Rajsfus, de 74 anos, afirmou: "Há muitos cidadãos judeus como eu que não vivem no passado, com essa vontade de transferir o ódio para os outros, de fazer os palestinos pagarem pelos crimes nazistas. O melhor modo de não se esquecer o Holocausto consiste em evitar que outros homens, mulheres e crianças sejam reprimidos, sob indiferença geral."

Fonte: Agência Petroleira de Notícias (www.apn.org.br), com informações do Comitê de Solidariedade à luta do povo palestino