13 de agosto mobiliza mais de 200 cidades no país e leva 30 mil pessoas às ruas de Porto Alegre

Cerca de 30 mil pessoas marcaram presença no ato unitário que encerrou as atividades em defesa da educação pública e contra a reforma da Previdência em Porto Alegre (RS), nessa terça-feira (13). A Assufrgs Sindicato, que aderiu ao dia de GREVE NACIONAL DA EDUCAÇÃO, convocou PARALISAÇÃO dos TAEs na UFRGS, UFCSPA e IFRS.

Esta é a terceira data nacional de mobilização contra os cortes na educação. O rechaço dos estudantes e trabalhadores à política para a educação do Governo Bolsonaro, não é por pouco. O MEC foi o Ministério com o maior corte nesses oito meses de governo. Já foram tirados do orçamento da educação pública mais de R$6 bilhões de reais. As universidades e Institutos Federais ainda sofrem o ataque com o Programa Future-se, que pretende privatizar as instituições de ensino federal, ao colocar a gestão e o patrimônio deles nas mãos de Organizações Sociais, acabando com o caráter público e a autonomia universitária.

A tsunami da educação, dos dias 15 e 30 de maio, e 13 de agosto), aliada à GREVE GERAL do 14 de junho, mostram que é crescente a indignação dos brasileiros com o (des)governo de Jair Bolsonaro. Confira abaixo como foi o último dia de mobilização nacional em Porto Alegre.

13 de agosto foi marcado por atividades em todo o país

A data fez parte da Jornada de Luta Pela Educação, convocada pela União Nacional dos Estudantes (UNE) em seu congresso no mês de julho e aderida pelo movimento sindical e trabalhadores. Segundo levantamento da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), manifestações ocorreram em pelo menos 211 municípios brasileiros. A FASUBRA chamou GREVE NACIONAL DA EDUCAÇÃO.

Em Brasília, além do Tsunami da Educação, ocorreu a 1ª Marcha de Mulheres Indígenas. Assufrgs participou do ato com uma caravana de 30 companheiros!

Na capital gaúcha, as atividades iniciaram ainda pela manhã com o salão nobre da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) lotado para o painel “O Futuro das Universidades Públicas e Institutos Federais no Brasil”, onde estiveram reunidos representantes de universidades e entidades educacionais.

O funcionalismo público gaúcho e os professores da rede estadual ocuparam a Praça da Matriz, em frente ao Palácio Piratini, sede do executivo gaúcho, em protesto contra os desmandos dos governos Eduardo Leite (PSDB) e Bolsonaro (PSL). Marlise Paz, Coordenadora da ASSUFRGS, falou na atividade e ressaltou a importância da unidade entre os trabalhadores da educação, federal, estadual e municipal. Confira:

No IFRS os estudantes e servidores concentraram no Campus Porto Alegre, em atividade coordenada pela UEIFRS, Sindoif e Assufrgs, e saíram em caminhada até a Faced/UFRGS no início da tarde. No almoço, um salchipão animou os estudantes antes das atividades de rua. Nos campi Viamão, Restinga e Rolante ocorreram atividades pela manhã. À tarde a comunidade de diferentes campi do IFRS participou do ato unitário.

MAR DE GENTE – Ato unitário no final da tarde  

Protesto contra cortes de verbas na educação percorre Centro de Porto Alegre. Foto: Mauro Schaefer

Por volta das 18h, o ato unificado começava a ganhar peso na Esquina Democrática, até sair em caminhada em direção à Faced. O ato reuniu estudantes, integrantes de diretórios acadêmicos, dos movimentos sociais, de centrais sindicais, de partidos políticos, trabalhadores de variados setores ameaçados pelas políticas do governo federal como professores, petroleiros, do audiovisual e artistas, aposentados e desempregados.

O contingenciamento dos recursos à educação foi um dos pilares da manifestação, assim como o Future-se e a reforma da Previdência. O professor Alexandre Rocha da Silva, do departamento de Comunicação da UFRGS aponta que o Brasil nunca teve um governo tão desqualificado na pauta política de ataques à educação, à saúde, aos índios e aos direitos humanos. “É desqualificado no sentido de produção de política. Tem um ministro da economia que parece que parou de estudar na época do Pinochet, talvez fosse o menos exótico entre os ministros, parou de estudar nos anos 70”, disse. Para o professor, a perspectiva é bastante crítica. “A oposição e a resistência no Brasil tem sido bastante complicada desde o golpe de 2016, e me parece que os estudantes têm sido a força mais efetiva de resistência”, afirma, lamentando a desarticulação pela qual passam os setores trabalhistas no país. “Os estudantes são os que têm efetivamente resistido nos últimos tempos e acho que eles funcionam como uma espécie de articuladores dos outros setores”, assinala.

Os manifestantes seguiram pela Avenida Júlio de Castilhos, passando pelo Túnel da Conceição. Diferente das manifestações anteriores em defesa da educação e da previdência, que encerravam Largo Zumbi dos Palmares, a caminhada que iniciou na Esquina Democrática foi finalizada na Faculdade de Educação (Faced) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), por volta das 20h, com a promessa de que a luta não vai parar.

Fontes: Assufrgs Sindicato, Brasil de Fato, CPERS Sindicato, SindoIF e Sul 21.

Saindo da Esquina Democrática o protesto passou pela Avenida Júlio de Castilhos. Foto: Luiza Castro/Sul21
Marcha acessou o Túnel da Conceição, em direção á FACED UFRGS. Foto: Luiza Castro/Sul21

Galeria de Fotos da marcha unitária

Galeria de Fotos das Atividades ao longo do dia 13 de agosto (Porto Alegre) Fotos: Assufrgs Sindicato