Contrariando Comitê Covid, reitor da UFRGS decide que não vai cobrar passaporte vacinal

Bulhões comanda a Reitoria da UFRGS de costas para a comunidade da universidade. Exigência do passaporte vacinal havia sido recomendada pelo Comitê Covid da instituição.

Na última terça-feira (26), o Comitê Covid-UFRGS atualizou as recomendações para o retorno restrito das atividades presenciais durante a pandemia e apontou a necessidade de um passaporte vacinal para o retorno em segurança. Apenas um dia depois, o gabinete do reitor, Carlos André Bulhões, informou que não adotará o “passaporte da vacina”, argumentando que não há lei federal que condicione retorno presencial à apresentação de comprovante de vacinação.

O que Bulhões finge não saber, é que as universidades possuem autonomia, inclusive administrativa. Como podemos aceitar o reitor de uma das mais importantes universidades do país ser contrário à comprovação vacinal, sendo que o próprio Comitê da instituição aponta a necessidade do documento? Como a comunidade universitária estará segura diante de uma administração que não segue as recomendações do Comitê?

O interventor da UFRGS decide que irá reabrir a universidade, permitindo a circulação de pessoas não vacinadas nos ambientes da instituição, colocando a vida de todas e todos em risco. Se o grupo qualificado do Comitê Covid-UFRGS apontou que comprovar a vacinação de todos é mais seguro, não seria a falta de uma diretriz, fruto da omissão do governo federal, o exemplo a ser seguido. A reitoria da UFRJ, por exemplo, anunciou que está estudando contrariar o MEC e adotar ‘passaporte da vacina’. A proposta veio da reitora da instituição, Denise Pires de Carvalho, e será submetida à avaliação do Conselho Universitário (Consuni).

A categoria TAE, que tem representações atuantes, tanto no Comitê Covid-UFRGS como no CONSUN, segue atenta aos desmandos da reitoria. Um outra frente importante para isso é a ação da ASSUFRGS Sindicato, que realiza neste dia 28 de outubro uma Reunião Ampliada do Conselho de Representantes, para debater um documento que aponte para um retorno gradual e seguro. Ao longo do mês de outubro realizamos uma série de reuniões nas unidades de nossa base para construir as nossas diretrizes, que serão entregues aos diretores de unidade e reitoria.

Esta recente atitude autoritária e antidemocrática da atual reitoria da UFRGS comprova o que já sabíamos: Bulhões não respeita o estatuto da universidade, não respeita as decisões do CONSUN, e agora desconsidera também as indicações do Comitê Covid-UFRGS. Esta reitoria administra a universidade de costas para as instâncias mais importantes da UFRGS e sua comunidade acadêmica. Que seja urgente o encaminhamento da destituição da chapa Bulhões/Pranke, que reflete dentro dos muros da universidade a política negacionista do governo Bolsonaro.