Em Assembleia Geral, comunidade da UFRGS aprova agenda de luta contra os cortes na educação

Nesta terça-feira (31), o movimento estudantil realizou uma Assembleia Geral junto com os técnico-administrativos em educação, professores e trabalhadores terceirizados da universidade, às 17h, para discutir os perigos da PEC206 e sobre os problemas dos cortes na educação, realizados recentemente pelo governo Bolsonaro.

A Assembleia contou com cerca de 200 pessoas e à mesa de debate havia um representante de cada segmento. Tamyres Filgueira, Coordenadora-geral da ASSUFRGS, Ana Paula Santos, representante do DCE da UFRGS, Adriana Cunha, da Associação dos Terceirizados Unidos, Magali Mendes, representando o ANDES e Cauã Antunes, da APG, Associação representativa dos pós-graduandos da UFRGS.

Abrindo a Assembleia, Ana Paula trouxe o informe que a PEC206, que propõe cobrança de mensalidades nas universidades públicas, foi engavetada, mas que este não é o fim da luta, pois os cortes na educação seguem sendo realizados, concretizando o projeto de precarização do ensino público. “O governo Bolsonaro não escolheu a educação como alvo principal a toa, e sim porque a educação é uma pedra no sapato e tem condições de derrotá-lo. Hoje recebemos a notícia de que a PEC206 foi engavetada, não porque o Bolsonaro acordou achando que as universidades são importantes, mas porque fomos nós que fizemos muita mobilização em todo país. E agora nós temos uma tarefa, que é conseguir barrar os cortes!”

Na sequência, Tamyres Filgueira pautou as desigualdades sociais que se agravaram durante a pandemia devido a crise instaurada pelo atual governo. “No país que é o terceiro maior produtor de alimentos do mundo, tem gente passando fome! A universidade não está isolada dessa crise, vocês vão perceber agora, no retorno presencial, quantos colegas de vocês não vão voltar para assistir a aula?! Porque não tiveram opção, precisaram sair da universidade para trabalhar e botar comida em casa. E a gente sabe que esses estudantes na sua maioria são cotistas” Tamyres ainda lembrou que 2022 é o ano de revisão das cotas, e é necessários nos mantermos vigilantes, visto que o atual governo a todo momento busca elitizar as universidades e retirar estudantes cotistas desse espaço.

Magali Mendes, saudou os companheiros de luta que estão em Brasília pela campanha salarial dos servidores e levantou uma reflexão importante sobre como será a universidade que encontraremos agora no retorno presencial. “Dia 13 de junho, nós retomaremos as nossas aulas, que universidade vamos encontrar? Uma universidade profundamente sucateada, abandonada, cansada, com seus servidores cansados e com seus estudantes mal tratados. Era compreensível que não nos preparássemos para essa pandemia, pois ela nos pegou de surpresa, mas é incompreensível que não nos preparássemos para o retorno.” Em sua fala, ainda pontuou que essa crise toda na educação é culpa da emenda 95, que precisa ser revogada.

Ainda na mesa de abertura, Adriana Cunha falou em nome dos trabalhadores terceirizados da universidade, que se sente feliz fazendo parte da mobilização, visto que essa categoria sempre foi invisibilizada, e hoje, aqueles que trabalham nos prédios da UFRGS, almejam estudar e se formar na instituição. “É muito saber que essa PEC foi arquivada, porque muitos de nós trabalhadores, se precisarmos pagar mensalidade na universidade, nunca vamos conseguir nos formar.”

Cauã Antunes, encerrando a mesa de abertura, denunciou a intervenção na reitoria da UFRGS e trouxe para a Assembleia a pauta da retirada de estudantes cotistas da Universidade e a falta de assistência estudantil para estudantes de pós graduação.

Com a mesa de abertura encerrada, iniciaram as inscrições, para aqueles que quisessem exercer a fala. Expulsão do neonazista Álvaro Hauschild da universidade, políticas de permanência estudantil e a greve no Instituto Federal foram tópicos levantados durante a Assembleia.

Ao final, a mesa apresentou os encaminhamentos da Assembleia:

  • – Estado de Greve da comunidade da UFRGS;
  • – 09/06 – Ato nacional em defesa da educação – Faced 17h;
  • – 13/06 – Plenária unificada (retorno presencial);
  • – 21/06, às 16h em frente a Prefeitura, aula pública sobre transporte e defesa do TRI Escolar;
  • – 22/6 Ato expulsão do neonazista Álvaro, na Faced;
  • – Calendário de panfletagens. As entidades ficarão responsáveis de propor datas.
  • – Reuniões/assembleias/plenárias por cursos/institutos;
  • – Exigência à UNE que se construa o dia 09 pela base, por uma paralisação nacional nas universidades que estão tendo aula e atos espalhados por todo país;
  • – Chamado ao CPERS, DCE da UFCSPA, da PUCRS, e todas entidades estudantis e sindicais do estado e da cidade pra se somarem e construir dia 9.

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