Orçamento da Farmácia Popular em 2023 é o menor em uma década

A LOA de 2023, prevê um orçamento de 1,018 bilhões para a Farmácia Popular, que significa uma queda brutal de 1,5 bilhões de reais. Segundo o Instituto Brasileiro de Saúde e Assistência Farmacêutica, se não houver mais investimento, pode haver queda no número de pessoas atendidas.

No ano de 2015, a Farmácia Popular alcançou R$ 3361bilhões, e atendeu em torno de 28 milhões de pessas. Entretanto, o valor orçamentário vem diminuindo a cada ano e consequentemente, o número de pessoas atendidas vem reduzindo também.

Confira abaixo o gráfico com os dados orçamentários da Farmácia Popular nos últimos 10 anos:

Arte G1

Com a redução gradativa do dinheiro, percebe-se que cada ano o número de pessoas atendidas pelo serviço também diminui, considerando os pacientes destinados para o sistema de gratuidade e também para a modalidade de copagamento, em que o governo subsidia parte do preço do remédio e o paciente paga outra. Confira a tabela abaixo:

Arte G1

O ano de 2015, quando a Farmácia Popular recebeu a maior quantia de verba, o sistema alcançou o recorde de pessoas atendidas, em 2021, 8 milhões de pessoas deixaram de ser atendidas por esse serviço, se o valor não for reposto, os pacientes cairão para metade.

Debora Raymundo Melecchi, presidente do Sindifars, Sindicato dos Farmacêuticos do Rio Grande do Sul, em entrevista com a ASSUFRGS Sindicato, contou que a Farmácia Popular tem sofrido um desmonte completo desde o governo Temer. No governo Bolsonaro foram cortes de 60% do orçamento. As consequencias dessas políticas de corte já afetam o sistema de saúde “uma unidade localizada na R Ramiro Barcelos foi fechada por causa da falta de verba, já estamos com 20 milhões de pessoas sem acesso a Farmácia Popular, é um problema de saúde pública.” Afirmou Debora.

A presidente do Sindicato afirma que as expectativas para o novo governo são as melhores possíveis, uma vez que Lula pretende retomar o projeto Farmacia Popular. Segundo ela, o Conselho Nacional de saúde, em suas instancias estaduais e federal vem se organizando coletivamente de forma ampla, com categorias da saúde, para entregar no inicio de dezembro uma carta à equipe de transição do governo, com as principais reivindicações. “Estamos otimistas, mas a gente sabe que o problema não vai sumir do dia pra noite, os problemas vão seguir, e por isso não podemos parar, o cidadão precisa de atendimento hoje! Não amanhã, não mês que vem, hoje!