Assufrgs participa de reunião da Comissão do Consun UFRGS que avalia destituição do interventor

Ocorreu na tarde dessa quinta-feira (22) a reunião da Comissão Especial do CONSUN que avalia a destituição do reitor e vice-reitora da UFRGS. O encontro estava marcado para ocorrer no Centro Cultural da UFRGS, mas devido a negativa da administração em ceder o espaço teve seu local trocado para a Sala 605 da FACED.

O encontro iniciou ouvindo as entidades que representam os segmentos de trabalhadores da universidade. Marcaram presença representações da ASSUFRGS e do ANDES. Gabriel Focking, Coordenador-geral da ASSUFRGS, abriu as intervenções e comentou sobre a falta de interlocução entre a atual reitoria e o corpo de servidores. “Essa reitoria não faz interlocução com as entidades que representam os trabalhadores da UFRGS. Não vimos isso ocorrendo nem com ANDES, nem ADUFRGS e nem a ASSUFRGS. Por mais tentativas que nós tenhamos tido desde o início da intervenção, a única interlocução que tivemos como ASSUFRGS foi com a vice-reitora, que todos sabemos também está destituída de poderes de vice-reitora.”

O coordenador da ASSUFRGS ainda falou sobre a relação da atual reitoria com a comunidade universitária. “É uma relação autoritária, que está baseada em princípios antidemocráticos. Já houve um pedido de destituição aprovado e encaminhado ao MEC, que naquela situação arquivou. Mas temos agora a oportunidade de encaminhar com novos elementos, por que essa administração é muito ruim. Não há conexão da comunidade da UFRGS com o que é a reitoria hoje. É uma reitoria que está ali para servir os seus próprios interesses, viagens de R$100 mil com a desculpa da ‘inovação’ e trazer ‘resultados’ para a comunidade. Mas não se sabem que resultados são esses. Se existem, são para uma minoria. Não são para sociedade gaúcha, nem brasileira.”

Após os representantes das entidades, foi dado espaço para que os conselheiros do CONSUN presentes se manifestassem, bem como integrantes da comunidade universitária. Ao longo da reunião, as intervenções ressaltaram as diversas dificuldades que a comunidade da UFRGS tem enfrentado desde a posse da reitoria Bulhões/Pranke. Foram pontuadas situações como perseguição e intimidação a servidores públicos de diferentes unidades e segmentos; não comparecimento do reitor nas reuniões do Consun; desrespeito às decisões do conselho e por consequência ao estatuto da universidade; falta de transparência da reitoria com as contas da universidade; cercamento do prédio da reitoria causando constrangimento aos trabalhadores do local e impedindo a livre circulação de estudantes e servidores; além de um desmonte deliberado de ações e unidades importantes, como o ocorrido com o fechamento da Colônia de Férias de Tramandaí, o descaso e perseguição ao Instituto de Artes e a tentativa de extinção da Relinter, entre outros casos. Ainda no encontro ficou pontuado a necessidade de buscar o MPF além de parcerias jurídicas.

A agressão mais recente foi o processo de perseguição aos conselheiros do CONSUN Tatiana Calvete e Cesar Lopes por terem se posicionado contra o afastamento do reitor para viagens internacionais. Eles integram a Comissão de Legislação e Regimentos e foram ameaçados pela reitoria com um PAD (Processo Administrativo). “Sabemos que é prática do conselho que se um conselheiro não concorda com algum parecer, ele pode apresentar uma alternativa, ou mesmo não assinar.”, ressalta o Gabriel Focking. A ASSUFRGS aprovou em Assembleia Geral uma moção de repúdio contra a perseguição aos servidores. Leia aqui.

A Comissão Especial realizará ainda um encontro para ouvir as entidades dos estudantes e o CLN sobre o tema. Foi solicitada uma reunião com a reitoria para ouvir o que a administração tem a dizer sobre sua gestão. Infelizmente, parecer da procuradoria federal da UFRGS negou a presença da reitoria da UFRGS no encontro. A expectativa da comissão é que o relatório fique pronto em meados de agosto, para então ser enviado ao plenário do Consun.