Vitória da luta: UFRGS aprova a Paridade na consulta para escolha da reitoria

Já nas próximas eleições para a reitoria, previstas para 2024, o voto dos estudantes e dos servidores Técnico-Administrativos em Educação terá o mesmo peso que o voto dos docentes. Antes, o voto dos professores tinha peso de 70% e demais segmentos 15% cada. Essa consulta terá um caráter “informal”, cabendo ainda ao Conselho Universitário escolher a lista tríplice.

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Uma mobilização histórica, de 31 anos, realizada pela comunidade da UFRGS, teve um desfecho na manhã desta sexta-feira (24). O Conselho Universitário da UFRGS aprovou a paridade na consulta para escolha de reitor(a) da universidade. A decisão aprovada foi elaborada por Comissão Especial do conselho. O parecer apontou que a partir das próximas eleições para a reitora, a UFRGS realizará uma consulta de caráter “informal” junto à comunidade universitária, onde os votos de estudantes, docentes e servidores Técnico-Administrativos terá o mesmo peso. Esse formato é usado amplamente por outras universidades federais do país. Antes da decisão de hoje, o peso do voto dos professores era de 70% e demais segmentos 15% cada.

Ficou definido que o processo de consulta à comunidade universitária será organizado e realizado por uma Comissão de Consulta Paritária Externa ao Consun. Caberá ao conselho, elaborar através de Comissão de Assento Eleitoral ou de Comissão Especial específica, as diretrizes da Consulta à Comunidade Universitária.

Na avaliação de Tamyres Filgueira, Coordenadora-geral da ASSUFRGS Sindicato e representante dos técnicos no Consun, a conquista da paridade significa um avanço democrático. “A paridade é uma vitória histórica, pois corrige uma injustiça antidemocrática que se manteve por muitos anos. Nossa luta e mobilização conseguiu arrancar essa vitória por mais democracia na UFRGS.” Do lado de fora, sindicatos e movimento estudantil realizaram uma vigília, onde manifestaram seu apoio pela paridade na consulta para reitor.

A sessão iniciou com um apelo dos conselheiros TAEs e estudantes para que não fossem realizados subterfúgios para adiar o debate. Um conselheiro docente, que havia declarado que iria “pedir vistas”, voltou atrás e se comprometeu a fazer apenas destaque no ponto que tinha divergência. O plenário aprovou ainda a inversão de pauta, colocando o parecer da comissão especial, como prioritário.

Após amplo debate dos conselheiros, o mérito do parecer foi aprovado por 66 votos a favor e 04 abstenções. Os destaques foram apontados, sendo o debate concentrado na fórmula do cálculo da paridade, se levaria em consideração apenas os votos válidos ou se teria algum redutor dependendo do tamanho de cada segmento. Por 48 votos a favor, 11 contrários e 02 abstenções foi aprovado o cálculo originalmente proposto pela Comissão Especial. Ou seja, sem redutores para nenhum segmento, possibilitando uma Paridade efetiva na consulta à reitoria!

Parabéns aos colegas da categoria que ao longo das décadas contribuíram para a construção da paridade na UFRGS, que hoje, se torna realidade! A luta vale a pena! Agora, seguimos mobilizados para acabar com a intervenção em nossa universidade! Fora interventores!

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