Pressão contra o “novo” ensino médio tem efeito e Lula deve suspender implementação

O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve suspender a implementação do novo ensino médio. Uma portaria com a suspensão, que altera a portaria 521 de julho de 2021, deverá ser publicada nos próximos dias, segundo informações publicadas pela mídia nacional. A nova medida tem anuência da equipe próxima ao presidente Lula afirma o jornal Folha de São Paulo.

O governo tem sofrido desgastes ao manter a reforma, sobretudo entre estudantes de acordo com avaliação do Palácio do Planalto. Em Porto Alegre, foi criado um Comitê de Revogação do Novo Ensino Médio. O lançamento ocorreu no dia 23 de março, em frente à Faculdade de Educação da UFRGS, com a presença da ASSUFRGS Sindicato.

O que se tem de informação por enquanto é que a portaria do governo irá suspender a implementação do NEM e as mudanças previstas no ENEM 2024, que seriam realizadas para adequar o exame à nova realidade. A suspensão ocorrerá a princípio até o final da consulta sobre o projeto, que tem previsão para encerrar no início de junho.

Para Neiva Lazzarotto, integrante do Comitê pela Revogação do NEM, a mudança de postura do governo se dá devido à grande mobilização dos estudantes e educadores, porém ainda é necessário luta para garantir a revogação. “Ainda não é a suspensão que queremos! Mas é um sinal de que nossa pressão, nosso descontentamento, chegou ao governo. Estamos mostrando que o novo ensino médio não serve para os filhos e filhas da classe trabalhadora. É a redução do conhecimento científico, desvio de função da formação dos professores com as novas “matérias”. Nós precisamos aguardar a publicação dessa portaria para ver. Não vamos nos desmobilizar. Dia 19 teremos nova mobilização nacional dos estudantes e dia 24 paralisação nacional da educação básica, convocada pela CNTE. É revogação já! Segue firme nossa luta!”

O ministro da Educação, Camilo Santana (PT), tem se manifestado contra a revogação do novo ensino médio, defendendo ajustes no modelo ao invés de uma revogação completa. Uma revogação total da reforma dependeria de ação do Congresso, pois foi instituída por lei.

Com informações da Folha de S. Paulo e Revista Fórum

Foto: ASSUFRGS Sindicato