ASSUFRGS aprova ampliar mobilização rumo à Greve, com Assembleia Geral dia 11/03

Em Assembleia Geral que lotou o Auditório 1 da Fabico UFRGS, nesta terça-feira (04), os servidores Técnico-Administrativos em Educação da UFRGS, UFCSPA e IFRS decidiram por ampliar a mobilização rumo à greve da categoria, indicando para o dia 11 de março a realização de uma nova Assembleia Geral para definir o início do movimento. Até lá, uma Comissão de Mobilização irá circular nas unidades da base para dialogar com os colegas. Nacionalmente, o dia 11 de março está sendo chamado pela Fasubra como a data inicial do movimento paredista por salário e carreira. Ao menos, 30 instituições de ensino já aprovaram a greve.

A Assembleia da ASSUFRGS contou com a presença de representações do ANDES/UFRGS, ANDES Seção Nacional, ANDES/SindoIF, UEE, DCE UFRGS e APG UFRGS, que fizeram saudações e demostraram apoio ao movimento dos TAEs.

Consenso sobre a necessidade da greve

A mesa da Assembleia Geral foi comandada pelos Coordenadores do sindicato Gabriel Focking, Laís Camisolão e Maristela Piedade. A advogada Kelly Freitas, do escritório Rogério Viola Coelho (assessoria jurídica da ASSUFRGS) também acompanhou os debates. Ao longo das falas, os colegas da categoria foram unânimes em afirmar que somente a greve irá assegurar um avanço nas mesas nacionais de negociação, já que o governo se mostra inflexível em uma reposição salarial ainda em 2024. Foi recordado que todas as conquistas da categoria vieram de movimentos grevistas, e por isso é necessária a construção do movimento paredista.

Durante as falas, colegas criticaram a postura do governo Lula, que já concedeu reajuste salarial para categorias que fazem parte da elite do funcionalismo, como PF, PRF, Banco Central, Auditores, etc, enquanto os trabalhadores da educação pública seguem a ver navios. Colegas também destacaram que o novo teto de gastos, chamado de arcabouço fiscal, aprovado no ano passado, está comprimindo o orçamento de áreas essenciais, enquanto 40% do orçamento da união segue sendo destinado para a dívida pública, nunca auditada. Os R$ 360 bilhões destinado ao agronegócio e os R$53 bilhões em 2024, para as emendas parlamentares, são outros exemplos de que há dinheiro, porém a prioridade não são os servidores da educação federal.

Para além da reposição salarial e do aperfeiçoamento do PCCTAE, colegas da UFRGS também lembraram que a luta pela garantia da paridade, aprovada no Consun em novembro passado, é outro fator que pode impulsionar a greve na instituição. Na última sexta-feira (01), o interventor André Carlos Bulhões, decidiu passar por cima da decisão do Conselho Universitário emitindo um despacho que tenta suspender a aprovação da paridade. A luta para que o MEC tire da gaveta e aprove a destituição da reitoria Bulhões/Pranke, também aprovada pelo Consun, é outra pauta que deve ampliar o movimento paredista na base.

Decisão de nova Assembleia Geral no dia 11/03

Apesar do consenso da necessidade da greve, colegas divergiram sobre quando iniciar o movimento, já que na UFCSPA as aulas começam no dia 11 e na UFRGS, estão marcadas para retornarem no dia 18. Colegas de diferentes unidades da base relataram a necessidade de mais tempo para amadurecer a greve junto aos colegas ainda não convencidos e o amplo da comunidade universitária.

Também foi pontuada a necessidade de se pensar novas estratégias para a greve, já que muitos TAEs estão em trabalho remoto, além das dificuldades em relação ao ponto eletrônico.

Ao final do debate, o plenário da Assembleia entrou em regime de votação:

Aprovar a entrada na greve em conjunto com a Fasubra no dia 11/03/24 34 votos a favor; 36 votos contra; 16 abstenções.

Ficando encaminhando apoio ao mérito da greve, conforme indicado pela Fasubra, porém dia 11/03/24 a Assufrgs terá nova Assembleia Geral para debater o melhor dia para deflagração.

Fortalecimento da Comissão de Mobilização rumo à greve

A Assembleia Geral aprovou também ampliar a mobilização rumo à greve na base da categoria. Para isso, todos os colegas estão convocados a debater sobre as pautas salariais e de carreira com seus pares nos diferentes campi da UFRGS, UFCSPA e IFRS. Uma Comissão de Mobilização para passar em unidades, levar materiais e auxiliar no debate, foi criada pelo Conselho de Representantes, relembre aqui. Durante a Assembleia, os colegas Cidara Louguercio Souza (Instituto de Física), Neco Rockenbach (Cepsrm/UFRGS) e Ricardo Souza (UFCSPA/Coordenador Jurídico da ASSURGS) mostraram disposição em participar da comissão.

Eleição de delegados para a Plenária da FASUBRA

A decisão da ASSUFRGS será levada à próxima Plenária Nacional da FASUBRA, marcada para o dia 09 de março, em formato virtual. Representarão o sindicato: Anderson Menezes Pereira, André Telles, Gabriel Focking, Ricardo Souza e Tamyres Filgueira.

Relato da CNSC

A colega da UFRGS, Tônia Duarte, que participou da última reunião da CNSC em Brasília, trouxe um relato do encontro. Segundo ela, a Comissão está dividida em dois GT’s: um que trabalha sobre a reestruturação de Carreira, para ver como está a carreira junto com o debate do RSC (Reconhecimento de Saberes e Competência); e ouro GT que está debruçado exclusivamente sobre os cargos e a possibilidade de ter novos concursos para suprir o que está defasado.

Após a Mesa de Negociação Específica do dia 22/02, foi apresentado pelo GT de reestruturação de carreira pensar a necessidade mínima para a carreira, já que um “step” de 5% entre os níveis, “daria um valor de bilhões para o orçamento”.  Fasubra e Sinasefe colocaram que todos devem estar dentro (incluindo aposentados), que o debate se dará em etapas com o devido impacto financeiro, pensando os micro-cargos e os macro-cargos. O governo indicou que a reestruturação entraria na LOA de 2025.

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