Vitória sobre Bulhões: laudo médico pericial de Rui Muniz comprova que ele é capaz de exercer suas atividades

Ontem, dia 27 de janeiro, saiu o laudo médico pericial de Rui Muniz alegando que “O servidor não é portador, no momento, de nenhuma doença que o incapacite para o desempenho das atribuições do cargo.”

Em maio de 2021, Rui recebeu um Laudo da Junta Médica da UFRGS, que apontava a sua suposta “incapacidade permanente” para atividades laborais, e com isso, encaminhava-se o processo da sua aposentadoria. A partir disso, se iniciou um enfrentamento de sindicatos e setores da comunidade acadêmica contra a reitoria da universidade que buscava a todo custo colocar o servidor fora de campo.

É preciso lembrar que Rui Muniz é representante dos TAEs no Conselho Universitário e no Comitê-Covid, mesmo durante a pandemia. O servidor vinha travando duros embates com a Reitoria, junto com outros companheiros, para defender a democracia e a universidade pública. Por isso, a aposentadoria compulsória, apressada e sem direito à defesa se mostrava de forma descarada como perseguição política.

Com o resultado final da perícia, confirmando que Rui estava totalmente apto a trabalhar, esse episódio finalmente se encerra. “A sensação agora é de ‘bom, limpamos a área’, essa coisa não podia continuar, no conselho, nós tivemos uma mobilização, duas administrações de apoio e tivemos um apoio externo muito grande também. Foi feito intervenção na câmara federal, na assembleia legislativa, na câmara de vereadores e sindicatos, tivemos muita gente nos sustentando que é o que nos deu força e o que garantiu que enfrentássemos politicamente isso. Pessoalmente, um assedio desses é sempre um dano, mas agora é uma sensação de alivio.” Afirma Rui.

A SUGESP já encaminhou um e-mail a Rui informando que dado os autos do documento, ele possui plena capacidade para exercer as atividades, que nunca deixaram de ser exercidas pelo servidor. Ele ainda reforça que essa vitória se deu principalmente pelo compromisso que as entidades sindicais e universitárias possuem com a luta e defesa da universidade. “Todo mundo que defende a universidade pública, ficou muito de cara com toda essa situação. Isso garantiu que chegássemos ao fim, depois de tantos meses, com esse resultado.”

Rui ainda relembra da última intervenção que houve na UFRGS, em 1988, e afirma que há uma similaridade muito grande com a atual gestão, elegida por intervenção também. Ele ainda ressalta que acredita que episódios como este podem voltar a ocorrer na universidade. “Não foi a primeira vez que isso me ocorreu, ou seja, não é uma exceção, mas agora é pior, porque agora está escancarado, pois há um projeto por trás, muito mais agressivo. Mas não é de hoje que essas ações ocorrem dentro da universidade, já ocorreu comigo e com outros. Mas por que essas coisas acontecem? Falta de democracia. Por isso que é estratégico que tenhamos uma democracia real, não uma burocrática, mas uma de carne e osso, que seja a real expressão de um debate coletivo!”

Embora se sinta aliviado com a vitória do caso, Rui ainda pontua que luta continua até alcançarmos o espaço universitário que almejamos e que mesmo quando conquistarmos isso, a luta seguirá para manter desta forma. “Temos que perseguir aquilo que nós acreditamos. E o que nós acreditamos está resguardado em um conjunto de interesses de tornar a universidade popular. A busca de uma universidade que seja um elemento instigador, provocador mas também concretizador de coisas que venham a ajudar o povo a se auto emancipar e se auto determinar. Não podemos desistir!”