Marcha Zumbi Dandara reúne milhares em Porto Alegre

A Marcha Zumbi Dandara, que anualmente no mês da Consciência Negra, caminha pelas ruas de Porto Alegre, coloriu o centro da capital gaúcha mais uma vez neste 20 de novembro. A concentração iniciou às 17h na Esquina Democrática, com a apresentação do Grupo Brasil Estrangeiro, reunindo diversos coletivos do movimento negro do Rio Grande do Sul, sindicatos e centrais sindicais. Os presentes se revezaram nas falas do carro de som, onde protestaram contra o genocídio do povo negro em suas diferentes práticas, da violência policial à exclusão social.

A Coordenadora-geral da ASSUFRGS, Tamyres Filgueira, foi uma das vozes que comandaram o carro de som. Ela abriu a sequência de intervenções, destacando a importância da luta contra o racismo estrutural no país e no município. “A população negra teve um papel decisivo para derrotar Bolsonaro ano passado, mas precisamos derrotar ainda o Bolsonarismo em cada canto desse país. Isso significa derrotar o bolsonarista do Melo, que defende o apartheid racial nessa cidade. Quer cada vez mais escantiar a população negra, indígena e pobre de Porto Alegre. Infelizmente, a juventude negra ainda está sendo assassinada nas periferias e nos centros das grandes cidades. A cada quatro horas uma pessoa negra é morta pela policia. Isso é normal? Claro que não! A nossa juventude está morrendo. Nós mulheres negras ainda continuamos ganhando menos que a metade de um homem branco, mesmo tendo a mesma qualificação. Então a nossa tarefa é gigante, é contra o sistema capitalista, para derrotar o racismo! É por isso que hoje e todos os dias estaremos juntos, para derrotar o racismo estrutural. Para defender os interesses do nosso povo. Viva palmares! Viva o povo negro! Viva Oliveira Silveira e viva Marielle Franco!”

Colegas da ASSUFRGS, de diferentes unidades se fizeram presentes na caminhada. Nos cartazes da manifestação era possível ler os dizeres, “Povo negro quer viver”, “Lutando para combater o racismo no cotidiano das escolas”, “Igualdade a gente sente na pele”, “Cotas raciais sim”, “Nem bala, nem fome. Povo negro quer viver”, entre outras frases.

Após as falas, os manifestantes seguiram em marcha pela Borges de Medeiros até o Largo Zumbi dos Palmares, onde ocorreu a dispersão do ato.

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