Wrana Panizzi fala sobre sua experiência como primeira reitora da UFRGS em roda de conversa do GT Mulheres

Na tarde desta sexta-feira, 09 de março, o GT Mulheres da Assufrgs Sindicato realizou uma roda de conversa entre mulheres, com a presença da primeira reitora da UFRGS, professora Wrana Panizzi. O encontro ocorreu na Sala 02 da Favet, no campus do vale.

Após uma rodada de apresentação entre as companheiras que estavam na atividade, Wrana contou sobre a sua experiência profissional, saindo de Passo Fundo e o início de carreira, a passagem como Presidente da FEE e como chegou ao cargo máximo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. A professora falou sobre como foi ser a primeira reitora mulher da instituição. “Eu participei pessoalmente de 519 formaturas, fazia questão de estar presente em cada uma delas no meu período como reitora. Foi um período muito rico, eu aprendi muito. Eu acho que não podíamos ter somente um olhar só para fora, para Brasília, mas para dentro da instituição também”, afirmou. “Como eu nunca tinha pensado sequer na vida em ser diretora de uma universidade, quem dirá reitora, quando aconteceu eu emagreci muito, eu não dormia. Passei muitas noites sem dormir. Eu nunca fui muito de levar em consideração opiniões do tipo ‘a mulher não consegue’, eu só pensava que eu tinha que me impor. Então no fundo era um pouco isso, eu sentia como os homens tratavam.”

Wrana destacou ainda a importância do sindicato, como contraposição saudável ao trabalho da reitoria. “eu devo muito à Assufrgs em geral, quando brigavam comigo. Pra gente poder brigar em Brasília a gente precisa estar bem sustentado aqui. Se tu não tens a base discutindo contigo, se tu não tens a base te alertando para as coisas, você facilmente se perde, pois como diz o velho ditado: o poder corrompe.”

Sobre o trabalho em Brasília ela afirmou “eu nunca levei para nenhuma secretária de ministro, secretária de secretário, uma caixa de bombom. Pois daí você vai fazendo aquela coisa assim. Ou mais adiante para outros… um litro de whisky. Era uma forma de agrados. Mas respeitar é uma coisa, agrado é outra.”

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Fotos: Vitor Hugo Xavier/Assufrgs Sindicato